O abatacept, um membro de uma nova classe de fármacos que bloqueiam a acção das células do sistema imune, os linfócitos T, que estão envolvidos no processo inflamatório das articulações, mostrou-se eficaz no tratamento da artrite reumatóide. É esta a conclusão de uma nova revisão sobre a actuação deste fármaco efectuada pela Cochrane Collaboration, uma organização internacional sem fins lucrativos que fornece informações actualizadas sobre os cuidados de saúde, avança o site Saúde na Internet.
A artrite reumatóide é uma doença auto-imune que afecta um em cada 100 indivíduos nos países ocidentais. Esta doença é caracterizada por dor e inflamação crónica das articulações, levando à destruição progressiva das suas estruturas e à incapacidade funcional.
A revisão realizada pela Cochrane Collaboration teve por objectivo avaliar a segurança e eficácia do fármaco e baseou-se na análise de dados recolhidos de sete ensaios, os quais incluíram a participação de 2.908 doentes, cujos sintomas foram avaliados um ano após a toma de abatacept ou de um placebo.
O estudo revelou que, em comparação com os indivíduos aos quais foi administrado um placebo, os que tomaram o abatacept tinham uma probabilidade duas vezes maior de apresentarem uma melhoria de cerca de 50% nos seus sintomas, os quais incluíam dor e articulações inchadas e dolorosas à apalpação. Os pacientes que tomaram o fármaco também apresentaram melhoras na capacidade física e não houve destruição progressiva das articulações aos fim de 12 meses de toma do fármaco. No entanto, observou-se um aumento dos efeitos adversos, caso o abatacept fosse administrado em conjunto com outros produtos biológicos
Em declaração ao site Sciencedaily, a líder do estudo, Lara Maxwell, revela que “tal como outros produtos biológicos, o abatacept é um medicamento dispendioso, mas, se os benefícios são evidentes, pode ser de grande interesse para os doentes com artrite reumatóide para os quais as outras terapias não são eficazes. A análise realizada mostra que este fámaco é realmente eficaz, e geralmente bem tolerado, mas recomendamos fortemente que ele não seja utilizado em conjunto com outros produtos biológicos,” acrescenta a investigadora.