Thalidomide in severe and resistant orogenital ulcers in Behçet Disease – a group of case reports
Luisa Carvalho*, Andrea Mateus*, Antonio Marinho**, Carlos Vasconcelos***, Joao Correia§
Resumo
A Talidomida comecou a ser comercializada em 1956 como fármaco sedativo e anti-emético, mas rapidamente foi removido do mercado após ter sido associado a casos graves de deformidades dos recém-nascidos. Actualmente as únicas indicações aprovadas pela FDA são o mieloma múltiplo e o eritema nodosum leprosum. As suas propriedades anti-inflamatorias, anti-angiogenicas e anti-TNF alfa levaram a um continuo interesse e investigacao destas actividades imunomoduladoras. Existem vários estudos clínicos e muitos casos reportados do uso de Talidomida no tratamento das úlceras orogenitais na Doença de Behcet (DB), com a sua rápida cicatrização e resolução mas com recidiva após a sua suspensão. Apesar dos potenciais benefícios, a Talidomida e difícil de obter, esta disponível apenas como droga investigacional (na maioria dos paises), com um risco significativo de neuropatia, apenas indicada para os casos de resistência as terapêuticas clássicas e em doentes sem risco de gravidez. O uso da Talidomida na DB e restrito, devendo ser usada apenas por médicos experientes.
Reportamos um grupo de 7 doentes com DB com aftas orais dolorosas que tiveram rápida melhoria (2 a 4 semanas), completa e sustentada com a Talidomida, após tratamento prolongado com corticosteroides e/ou colchicina, sem resposta adequada. Não houve registo de qualquer efeito lateral, excepto sonolência em dois doentes. Três doentes recidivaram após a suspensão da Talidomida e tiveram necessidade de tratamento de manutencao em doses mais baixas.
No nosso grupo de doentes pudemos confirmar o benefício da Talidomida na DB com aftas orais resistentes as drogas clássicas, e sem efeitos laterais major. A Talidomida e eficaz e potente mesmo em doses baixas, mas o tratamento deve ser contínuo, em doses baixas, porque novas lesões surgem algumas semanas após a suspensão do tratamento, mesmo que sob terapêutica com drogas clássicas.
Palavras-chave:
talidomida, doenca de Behcet, aftas orais, úlceras orogenitais…
Abstract
Thalidomide was commercialized in 1956 to be used as a sedative and anti-emetic drug, but was rapidly removed from the market after it had been linked to cases of severe birth defects. Nowadays the only approved FDA indications for the use of Thalidomide are in Multiple Myeloma and Erithema Nodosum Leprosum. The anti-inflammatory, anti-angiogenic and anti-TNF alpha effect of the drug has led to continued interest and research about Thalidomide’s immunomodulatory activities. There are several clinical studies and many case reports of Thalidomide treatment for Behcet Disease (BD), with rapid healing of the orogenital ulcers while patients are on Thalidomide but with relapse after its discontinuation. Despite possible benefits, Thalidomide is difficult to obtain, available as an investigational agent only (in most countries), carries a significant risk of neuropathy, and is generally reserved for resistant disease in patients who will not become pregnant. So, the use of Thalidomide in the management of BD is restricted to experienced physicians.
We report a group of seven patients with BD with painful oral aphthae who experienced rapid (2 to 4 weeks) complete and sustained improvement with Thalidomide after a prolonged but ineffective treatment with steroids and/or colchicine. No major side-effect were experienced (somnolence in two). Three patients who relapsed after withdrawal of Thalidomide, needed maintenance therapy at a lower dose, to prevent relapse.
In our group of 7 patients we confirm the benefit of Thalidomide in recurrent mucocutaneous aphthae and BD resistant to classic drugs, without major side-effects. The effectiveness of Thalidomide
is present even with low dosages, but treatment must be continuous because new lesions usually appear a few weeks after the end of treatment.
Keywords:
thalidomide, Behcet disease, orogenital ulcers, oral aphthae.
* Interna do Internato Complementar de Medicina Interna
**Assistente Hospitalar de Medicina Interna
***Chefe de Servico de Medicina Interna §Assistente Hospitalar Graduado em Medicina Interna Unidade de Imunologia Clinica – Departamento de Medicina Hospital Geral de Santo Antonio, Porto
Recebido para publicacao a 28.03.07
Aceite para publicacao a 16.10.07
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